terça-feira, 7 de agosto de 2012

Textos de Marilia Ramos Batista

A RELAÇÃO CORPO E MOVIMENTO NO PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM

O corpo e o movimento são essenciais não somente no âmbito escolar,
mas no dia a dia de cada pessoa.
Através das múltiplas linguagens do corpo podemos buscar um novo olhar
sobre o desenvolvimento da aprendizagem, através dos movimentos,
gestos e expressões faciais, percebe-se as primeiras formas de
linguagens que as crianças usam para se comunicar e interagir com as
pessoas e com o mundo em que esta inserida. Assim, podemos entender
qualquer ser humano e extrair boas experiências e construir o saber,
habilidades e conhecimento através da linguagem corporal.
Uma boa ação educativa dos cincos sentidos possibilitará a criança
condições de conhecer o seu próprio corpo, estabelecendo relações no
espaço em que vive.
A partir do momento que a criança vai descobrindo o mundo em que a
rodeia, começa a perceber que o corpo é capaz de movimentar e sentir,
através de suas descobertas e superação se seus limites.
O movimento é a necessidade básica de todo ser humano desde o
nascimento. É o meio em que a criança adquire o seu conhecimento,
noção de espaço, e constrói o seu mundo.
Entender o corpo como aquele que nos permite ser, ocupar espaços,
fazer parte do mundo, construir sentidos, aprender, comunicar,
dialogar e interagir numa totalidade integrada do corpo, sintetizada é
o que chamamos de corporeidade.
O movimento como capacidade de ação do corpo para comunicar,
manifestar, expressar, interagir consigo mesmo, com os objetos e
ambientes e com o outro. É o meio pelo qual a criança constrói seu
mundo, adquire conhecimento, noções de espaço e tempo e conhece seu
próprio corpo adaptando-se a realidade que o cerca.
A educação, na visão de diferentes autores, trazendo como ponto de
partida para a relação com a corporeidade e a educação corporal
contemporânea, a sua concepção mais abrangente.
Todos ao nascer estão com os cincos sentidos, praticamente, contudo a
percepção requer amadurecimento neurológico e aprendizagens.
Portanto, é fundamental a vivencia de ações educativas que propiciem
estimulo à criança para o desenvolvimento dos cinco sentidos através
de situações da sua vida cotidiana contextualizadas na rotina. Toda
ação educativa está articulada ao movimento humano e a aprendizagem
passa pela dinâmica corporal. Nós como educadores, às vezes, não temos
a consciência do quão importante estimular os sentidos das crianças,
muitas das vezes só é percebido pelo educador quando uma criança
manifesta certa dificuldade de aprendizagem em consequência dos
sentidos.
Piaget (1981) apresenta uma analise entre corpo e aprendizagem e as
inter-relações entre motricidade e aprendizagem. Ele diz que o
desenvolvimento ocorre em quatro estágios: sensório-motor,
pré-operatório, operatório concreto e operatório formal. Aponta que a
transição de um estágio para o outro implica uma reorganização do modo
como cada um constrói ou reconstrói e interpreta o mundo. Para Piaget
a linguagem tem significados diferentes de acordo com o estágio em que
a criança se encontra. Num primeiro momento, a linguagem se liga ao
ato imediato e presente, constituindo-se de expressões e desejos,
configurando-se como uma ação. Depois a palavra passa a funcionar como
signo, mas só representando as ações que estão acontecendo.
Cada sociedade desenvolve sua linguagem corporal própria, já que a
cultura influencia.
A educação e o corpo-movimento têm relação indissociável assim como o
cuidar e o educar!
As referencias curriculares e a recente preocupação com a corporeidade
tende a considerar o corpo inteiro, ativo, dinâmico, portanto a
edificação de uma pratica escolar de integralidade do ser aluno e
professor, ser humano.
No processo de comunicação e na educação, em certas situações, as
mensagens expressas através da linguagem corporal são bem mais
significativas do que as palavras e frases, não havendo palavra tão
clara como a linguagem corporal, desde que se tenha aprendido a ler.
Na educação infantil e series iniciais do ensino fundamental,
destaca-se a linguagem corporal, que é transmitida de maneira bastante
diversificada, utilizando-se de vários canais, diferentes das
mensagens verbais, em que a fala é o único meio de expressão oral. A
criança aprende, e se relaciona através do corpo e movimento. É onde
ela se expressa a todo o momento, com o mundo a sua volta, bem como o
modo como se apropria e ressignifica a cultura na qual está inserida.
Através do corpo e movimento da criança pode-se perceber como ela está
se sentindo, se ela esta bem em casa (relação pai e filho), se há
algum problema na família ou até mesmo na relação da criança com a
escola, pois o "corpo grita" por ela, através das suas atitudes.


A FAMÍLIA E A ESCOLA

Segundo as estatísticas, é crescente o número de mulheres que são
consideradas "chefes de família" no que diz respeito à economia
doméstica. Foi-se o tempo em que cabia ao homem, a autoridade e o
papel de provedor, e à mulher o trabalho não remunerado do lar e a
educação dos filhos. Estas mudanças na estrutura familiar trouxeram
consequências significativas na educação dos filhos.
A origem da palavra "família" vem do latim: "famulus" que significa
servo ou escravo. Esta raiz etimológica nos remete à natureza
possessiva das relações familiares entre os povos primitivos, onde a
mulher devia obedecer a seu marido como se fosse seu amo e senhor e os
filhos pertenciam a seus pais, a quem deviam suas vidas e
consequentemente estes se julgavam com direito absoluto sobre eles. A
noção de posse e a questão do poder estão, portanto, intrinsecamente
vinculadas à origem e evolução do grupo familiar. A família passou por
inúmeras transformações até chegar aos nossos dias. Tivemos vários
modelos de estrutura familiar: a família aristocrática e a camponesa
dos séculos XVI e XVII, a família burguesa do século XIX e a família
operária deste mesmo século, até os dias de hoje com a "família da
aldeia global".
No modelo de família operária do século XXI o valor buscado era a
obediência, aprendia-se a baixar a cabeça e tinha-se medo até de
encarar os pais. Crescia-se com esta visão e levava-se esta postura
para o mercado de trabalho que por sua vez considerava competente o
funcionário obediente. Atualmente os valores são outros, precisamos
formar filhos criativos, corajosos, ousados e com capacidade para
assimilar mudanças repentinas buscando a superação de limitações.
Aquele modelo arcaico em que a mulher cabe o papel de cuidar do lar e
dos filhos e ao homem o de sair à procura de sustento à família já não
atende mais as novas exigências do mundo moderno.
A mudança de papéis parentais nas sociedades capitalistas
industrializadas exige cada vez mais a participação de cada um no
sistema produtivo. À maior participação das mulheres no mercado de
trabalho, com a consequente necessidade de maior divisão das
responsabilidades de criação dos filhos e provimento da família, deixa
a educação cada vez mais a cargo de sistemas extrafamiliares como a
creche e a escola; que devem cumprir funções socializadoras além da
preparação para a complexidade da vida moderna. As expectativas em
relação ao desempenho escolar aumentam e assumem maior importância na
vida da família, é como se o sucesso escolar indicasse o sucesso dos
pais. "É tarefa da escola e da família propiciar a autonomia do
indivíduo, estimulando o seu crescimento e simultaneamente a
diferenciação" MACEDO, in BOSS (1998).
As relações entre os dois sistemas, família e escola, é de fundamental
importância para evitar dificuldades, crises e stress de todos. Não
compete apenas à escola a função de educar, mas também à família. Uma
exposição clara para a família da filosofia da escola e de seus
objetivos é de fundamental importância para que uma relação dialógica
se estabeleça em base de uma aceitação de princípios de parte a parte.
Isso evita muitos mal-entendidos, falsas expectativas e exigências
descabíveis. O contato com a família possibilita à escola o
conhecimento do conceito que os pais têm de seus filhos.
O conhecimento de tais expectativas é importante para o educador, bem
como as atitudes da família em relação a elas. Quanto maior for à
exigência dos pais em relação às expectativas sobre os filhos e mais
intolerantes forem às divergências dos filhos, em função de seu
desenvolvimento, maior probabilidade de um relacionamento
disfuncional. É mais fácil responsabilizar os sistemas extrafamiliares
por essas divergências entre o que os pais sonhavam e o que o filho
está se tornando, pois é muito difícil, nesses casos, que a família
possa ter uma visão crítica sobre o seu funcionamento. Pela sua
própria natureza, as expectativas existentes na família são mais
difíceis de detectar. Muitas vezes elas não chegam a ser formuladas
claramente nem para os próprios pais. Daí que as questões precisam ser
mais indiretas do tipo: o que deveria acontecer para que os senhores
se sentissem realizados como pais? O que seria necessário que seu
filho conseguisse ou fizesse para que os senhores se sentissem
recompensados pelos esforços que têm feito para criá-lo?
A força das expectativas dos pais e o seu envolvimento na vida dos
filhos é responsável também pela resistência em aceitar as
dificuldades dos mesmos. A maior parte das dificuldades aparece no
domínio da escola porque se refere a habilidades específicas, é
mais comum que ao serem detectadas sejam vistas como "criação" da
professora, má vontade com seu filho, exigência desmedida.
Existem famílias que negam a existência de dificuldades dos filhos
através de desculpas como: "o pai dele também era assim e de repente
passou"; "Ele ainda é muito criança, com o tempo isso passa". A
postergação de tratamento também é uma forma de negação e pode se dar
através de alegações várias como: falta de tempo, dificuldade de
pagamento.
Quando os pais manifestam sua decepção, sua própria cólera em vista
dos maus resultados na escola, a criança pode ver nessa condenação uma
retirada de amor. Instala-se então um estado depressivo cujas
manifestações são frequentemente somáticas.
Quando os pais são indiferentes, a criança pode sentir a falta de
preocupação como uma falta de amor. Muitas vezes os pais tem medo de
perder o amor de seus filhos sendo severos e exigentes em relação ao
trabalho escolar. Essa indulgência tão grande pode empurrar a
multiplicar os fracassos para provocar a reação dos pais. A ausência
de interesse pelos resultados escolares, bons ou maus, pode também
estar ligada ao modelo cultural dos pais. Ausência de investimento
intelectual e de projetos de sucesso para seu filho pode ser oriundos
de uma má apreensão das exigências sociais do meio, de uma má
informação das famílias que se debatem em dificuldades materiais. A
criança então não é culpabilizada pelo seu fracasso. Esta situação é
uma espécie de adequação, de continuidade com seu meio de origem, a
marca de sua própria inserção nele. Ela pode reivindicar esse fracasso
e fazer dele o estandarte de sua revolta e de suas reivindicações
contra uma sociedade que ela acusa de incompreensão e de rejeição.
Quando há uma dificuldade específica, torna-se mais fácil a
comunicação do diagnóstico pela presença de sinais cuja natureza
explica os sintomas de forma científica. Quando não se constata
problema específico sendo o diagnóstico da problemática de
aprendizagem relacionado sobretudo à esfera sócio-emocional ou
psicossocial maiores dificuldades são encontradas na comunicação de
resultados.
Normalmente o problema é um sintoma das inter-relações no sistema
familiar e tem uma função nesse sistema que pode ser:
- sinal de um superenvolvimento da criança com a mãe, pela ausência
de um pai periférico e sua função é atrair o pai para assumir seu
papel parental;
- que esteja havendo uma crise de relacionamento dos pais e a função
do sintoma é unir os pais pela preocupação com o problema de
aprendizagem do filho;
- O nascimento de um irmão (necessidade de mostrar o desequilíbrio na
distribuição do afeto);
- O luto pela perda de alguém muito significativo (chamar a atenção
para os aspectos concretos da vida e a necessidade de se despedir dos
mortos e continuar vivendo);
- Uma crise depressiva de um dos pais (dar a esse pai um objetivo na
vida através do exercício da função de cuidar do filho);
- Uma doença grave de um dos pais (mesma dinâmica de luto por perda de saúde).
Todas essas situações e muitas outras são passíveis de produzir
ansiedade, preocupação e possibilitar que o membro mais sensível da
família reaja com um sintoma cuja função se esclarece através do exame
da família.
É possível ainda, que haja certa dificuldade da professora em lidar
com a criança, sobretudo pelas interfaces do problema desta criança,
com dificuldades que aquela enfrenta em sua própria vida. A
ressonância interna que o comportamento da criança provoca na
professora pode despertar nela sentimentos de intolerância,
frustração, desvalorização, que por sua vez alimentam e até podem
provocar reações mais intensas no aluno. Nesse caso, uma orientação
para a professora no sentido de procurar levantar como se sente diante
daquele problema é importante.
A família pode adotar atitudes muito diferentes quanto à escola,
determinadas pelas suas experiências e crenças adquiridas previamente,
pelo momento evolutivo em que se encontra e pelo o seu funcionamento e
estrutura. Existem famílias, que não tiveram experiências escolares
anteriormente e que, quando o seu filho inicia a escolaridade,
depositam o papel da educação na escola, tomando uma atitude de total
submissão e dependência, assumindo uma ignorância total sobre os
assuntos relacionados com a educação. Outra vive a escola como uma
instituição fundamentalmente repressora e normativa, esperando que
através dela seu filho adquira bons hábitos e se adapte às normas
sociais e valores que eles próprios não conseguiram transmitir-lhe.
Outras famílias são conscientes da corresponsabilidade na tarefa
educativa e solicitam a coordenação e a colaboração dos professores
para ajudar os seus filhos.
Algumas vezes a escola toma para si de forma exagerada, o papel de
educadora, sem considerar a função educativa que é realizada no
ambiente familiar. As funções de uma e outra quando são separadas,
prejudica o alcance de determinados objetivos comuns.
Para que a criança tenha uma boa adaptação na escola, sentindo-se cada
vez mais segura e dando um sentido às atividades que realiza, é
importante que a família tenha e mostre certa confiança na escola,
sinta tranquilidade quando deixa o seu filho, demonstre interesse e
curiosidade e valorize as suas aquisições e avanços, para que possa
ajudar o aluno a se desenvolver de modo equilibrado.
A criança ao demonstrar determinada dificuldade, torna esta confiança
mais difícil. E frequentemente atua-se de uma forma contraposta e
contribui-se para a confusão e insegurança da criança. A angústia e a
ansiedade de pais e professores interferem na relação e a criança
sente-se prejudicada.



O APRENDER COM PRAZER

É necessário proporcionar vivências de prazer e de conhecimento do
próprio corpo dentro do espaço escolar. Mas, para isso, é
imprescindível que a escola enxergue e se relacione com a criança
inteira, pois é inteira que ela percebe o mundo. A partir de uma
relação de afeto, com a professora e com os colegas, é que ela vai
descobrir o prazer de aprender. É na livre relação com o próprio corpo
que ela aprende a se reconhecer, a se aceitar e compreender seus
sentimentos. Na concepção de BARROS (1999), se prazer e aprendizagem
está tão intimamente ligada, a sexualidade precisa ser encarada pela
escola como algo mais sério e premente.
Sexualidade é a capacidade de dar e receber prazer na vida. Aqui vou
falar do prazer com algo que proporciona satisfação, que agrada, que
faz bem. A partir deste conceito, a relação sexual entra como uma das
inúmeras formas de se obter e de proporcionar prazer. A sexualidade
compreendida dentro deste enfoque manifesta-se em todas as fases da
vida e sua influência é percebida nas mais diversas formas do
comportamento humano: na maneira como nos comunicamos, como nos
relacionamos, na nossa capacidade de sermos mais, ou menos felizes. É
importante entender que é impossível isolar a sexualidade no momento
em que nos relacionamos com alunos. O professor é sexuado e é assim
que ele deve ser visto, com uma pessoa inteira. Da mesma forma, o
aluno também tem que deixar de ser visto de forma fragmentada. Pois,
afinal, queremos formar pessoas com cabeça para calcular e pensar, e
também que sejam pessoas capazes de se relacionarem e viver bem.
Precisamos trabalhar primeiro com o adulto, para que naturalmente ele
seja um modelo saudável para o seu aluno. Uma criança que convive com
pessoas felizes, que buscam prazer em tudo o que fazem, aprenderá a se
relacionar com o mundo da mesma maneira. É impossível que um
professor, que não faça seu trabalho com prazer, possa gerar no aluno
o prazer de aprender.
A criança só aprende aquilo que tem um significado para ela, mas se
ela ainda não é capaz de abstrair conceitos, de relativizá-los e
pensar racionalmente sobre eles, como vai dar significado ao
aprendizado. São através dos nossos cinco sentidos – visão, audição,
tato, paladar e olfato – que sentimos, e significamos o mundo. Ora, se
nossa leitura do mundo passa por esses cinco sentidos, e esses
sentidos se localizam no corpo, o prazer passa pelo corpo... E corpo
não é só cabeça. É necessário proporcionar vivências de prazer e de
conhecimento do próprio corpo dentro do espaço escolar. Mas, para
isso, é imprescindível que a escola enxergue e se relacione com a
criança inteira, pois é inteira que ela percebe o mundo. A partir de
uma relação de afeto, com a professora e com os colegas, é que ela vai
descobrir o prazer de aprender. É na livre relação com o próprio corpo
que ela aprende a se reconhecer, a se aceitar e compreender seus
sentimentos. Se prazer e aprendizagem está tão intimamente ligada, a
sexualidade precisa ser encarada pela escola como algo mais sério e
premente.
É importante compreender a função dos jogos sexuais infantis, que
podem favorecer o desenvolvimento cognitivo e afetivo das crianças,
facilitando a exploração do ambiente, a união dos colegas, permitindo
o jogo de papéis e aliviando a ansiedade.
A noção de sexualidade deixou de ser concebida somente no seu aspecto
genital, visando à reprodução, mas, sobretudo passou a ser
compreendida como um fato cultural que põe em jogo as relações entre
os indivíduos. Passou a ser vista como algo que abrange quem somos
como homens e mulheres, os caminhos que seguimos até chegarmos a
sê-los, como nos sentimentos nesses papéis e como vivemos essa questão
numa relação.

Um comentário:

  1. A família e a escola devem andar juntas, como sempre, quando a criança toma consciência de seu corpinho, para se "movimentar e sentir", como dito por Marilia Ramos Batista. E, em casa, os mitos e tabus devem ser quebrados. É imprescindível que tanto papai, como mamãe tenham um discurso coerente, e para isso é preciso que conversem antes entre si. Deve-se evitar que mães assumam respostas para um tipo de questão e pais, para outras, com frases do tipo: "Isso é com seu pai", ou "Sua mãe é que entende dessas coisas de mulher". Segundo a especialista em Educação da Rede Pitágoras de Ensino, Kátia Vanessa, "ambos (pai e mae)devem ter a mesma autoridade e demonstrar igualdade em suas funções".
    NATHALIA, (ra 11114080) PEDAGOGIA - 5°.

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