Tecnologia ajuda no desenvolvimento infantil, mas não educa a criança
Bernardo tem apenas três anos, mas quando vê um equipamento eletrônico fica todo animado. O garotinho, filho da administradora de empresas Bianca Camanho Martins, de 37 anos, começou a ter contato com a tecnologia quando estava no primeiro ano de vida e, hoje, já sabe usar o celular, o tablet e o computador.Assim como o menino, boa parte das crianças que nasceram na última década vivem imersas em um mundo digital. Segundo uma pesquisa realizada em 2012 pelo AVG Digital Diaries sobre o comportamento infantil, 44% delas - entre dois e três anos - sabem como jogar videogames básicos de computador. Aquelas um pouquinho maiores, de seis a nove anos, estão presentes em alguma rede social (51%) e passam até duas horas por semana conectadas à Internet.
A mãe afirma que Bernardo, apesar da pouca idade, interage muito bem com os produtos, porém, sempre com limites e a supervisão dos pais. "Creio que isso vai impactar de forma positiva no desenvolvimento dele, porquê os equipamentos fazem ele ter uma interação com as coisas que farão parte do seu futuro. Até nas escolas já utilizam essas ferramentas no aprendizado", defende a mulher.
Tecnologia saudável
E Bianca está correta. Segundo o psicólogo especialista em neurociência comportamental, Amadeu Rosselli, quando usados da maneira adequada, os produtos da geração eletrônica podem ser muito saudáveis e benéficos para os pequenos.
"Hoje em dia você já tem programas para celular que ajudam a desenvolver a área cognitiva cerebral. Isso contribui durante a infância e, posteriormente, será um bom diferencial na inteligênica enquanto jovem", garante.
De acordo com o neurocientista, os benefícios podem ser vistos em coisas simples do dia a dia. "Isso é percebido em questões do cotidiano, como enfrentar desafios com maior facilidade", destaca.
"A gente nota uma facilidade do Bernardo em manusear os equipamentos, por ter esse contato desde cedo, tem os cuidados necessários com eles", informa a mãe." Contudo, nos preocupamos em não deixar de lado as outras atividades que fazem parte da vida de uma criança".
Controle
Apesar dos pontos positivos que a tecnologia oferece para o desenvolvimento infantil, os pais não podem se descuidar. "Como ele só tem três anos, fica pouco tempo no tablet e sempre com a gente do lado supervisionando o que está vendo", diz a mãe do garotinho.
Para o psicólogo Amadeu Rosselli, os progenitores precisam ter atenção nesse ponto. "Você não pode dar à tecnologia o papel de cuidar da criança, como se fosse uma babá, muito menos substituir as brincadeiras com água, terra ou o contato com a natureza", afirma.
Quando o estímulo e o uso dos eletrônicos são abusivos, existe a possibilidade de a atitude resultar em consequências negativas à formação. "Se houver um excesso, você evita que outras áreas sejam estimuladas, como o social, transformando a pessoa em um robô, cercado por tecnologia e sem a convivêndia com os humanos. isso implicaria em dificuldades para se relacionar no fututo", justifica o especialista.
Questão social
A preocupação com o uso das tecnologias por crianças vai além da questão cognitiva. Pesquisadores da área defendem que elas podem ter um importante papel na formação social dos futuro jovens. É o caso do cientista brasileiro Leo Burd, responsável por implantar um projeto de pesquisa voltado para a relação dos eletrônicos com a educação infantil no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos.
O projeto de Burd na universidade, chamado de Department of Play (DoP), ou Departamento do Brincar (tradução livre), reúne especialistas em torno do tema. "Eu sou muito interessado em desenvolver ferramentas tecnológicas para ajudar as crianças a explorarem a infância e serem incluídas socialmente", explica no site do MIT.
http://www.hojeemdia.com.br/minas/tecnologia-ajuda-no-desenvolvimento-infantil-mas-n-o-educa-a-crianca-1.179976
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