Educação integral melhora desempenho dos alunos da rede municipal de
Belo Horizonte em Língua Portuguesa e Matemática
Pesquisa realizada pela Fundação Itaú, em parceria com o Centro de
Desenvolvimento e Planejamento Regional de Minas Gerais
(Cedeplar/UFMG), analisou dados das 170 escolas municipais
Belo Horizonte, 26 de setembro de 2011 – Uma pesquisa da Fundação Itaú
Social realizada com alunos do 3º ao 9º ano de escolas municipais de
Belo Horizonte mostra que o programa Escola Integrada teve impacto
positivo nas notas dos alunos. As médias de matemática dos que
participaram do programa aumentaram 6% a mais do que as médias
daqueles que não participaram no período de 2008 a 2010.
O estudo, feito pelo Centro de Desenvolvimento e Planejamento
Regional de Minas Gerais (Cedeplar/UFMG), analisou dados da Avaliação
do Conhecimento Apreendido (Avalia-BH), que contém informações de
todos os alunos das 170 escolas municipais. Em relação às médias de
Língua Portuguesa, o programa também teve efeitos positivos para as
escolas que participam dele desde 2007.
A Escola Integrada começou em 25% das escolas municipais da capital
mineira e hoje está em 75%. As 143 escolas que adotam o modelo de
educação integral atendem 45 mil alunos. A iniciativa deve chegar a 65
mil em 2012 (50% da rede de ensino fundamental). Em BH, são utilizados
clubes, igrejas, museus e quadras a até um quilômetro da escola para
as atividades. Foram feitas parcerias com 13 instituições de ensino
superior, que permite a participação de estudantes universitários como
monitores no programa. A Secretária Municipal de Educação, Macaé
Evaristo, afirma que o resultado é fruto do trabalho realizado desde
2007, afirma que o resultado é fruto do trabalho realizado desde a
implantação do programa em 2007. "A pesquisa vem comprovar que estamos
no caminho certo ao ampliar o tempo do aluno na escola. O Programa
Escola Integrada consolida a articulação intersetorial das diversas
estâncias da Prefeitura, além de difundir o saber a toda a cidade,
permitindo maior envolvimento da sociedade civil e prol da educação",
destaca.
A Fundação Itaú Social é parceira da Escola Integrada desde 2007,
contribuindo com a formação de educadores e gestores da Secretaria de
Educação e ainda com o monitoramento e avaliação da iniciativa.
Segundo a gerente da instituição, Isabel Santana, a ampliação da
jornada escolar, na perspectiva da educação integral, é hoje um grande
desafio no Brasil e um tema que está no centro dos debates. "O impacto
positivo do modelo de educação integral adotado em Belo Horizonte pode
ser inspirador para todos os gestores públicos que estão buscando
ampliar as oportunidades de aprendizado para crianças e adolescentes",
afirma.
A primeira avaliação de impacto, realizada pela Fundação, apenas um
ano depois do início do programa, em 2008, já havia detectado que as
crianças que estudam nas escolas de jornada ampliada aumentaram o
tempo de leitura, uso do computador, frequência nas atividades
culturais e frequência da realização de lição de casa em relação às
que não estudam, ou seja, passaram a desfrutar de condições mais
favoráveis à aprendizagem.
Passados três anos, nessa segunda fase da pesquisa, foram comparadas
as médias dos alunos participantes e não participantes e constatou-se,
para ambas as disciplinas, que o impacto positivo acompanha o tempo de
participação, ou seja, os alunos que estão em escolas que ingressaram
no programa desde o princípio tiveram melhor desempenho.
Outra conclusão da análise é que entre os que participaram do
programa desde 2007, 9% tiveram melhor desempenho em ambas as
disciplinas, ao passo que apenas 7,4% daqueles que não participaram
obtiveram melhores médias. A pesquisa constatou ainda que a Escola
Integrada aumenta a chance de a escola subir de nível no Índice de
Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).
Na análise dos níveis de proficiência estabelecidos pelo sistema
Avalia-BH, que institui quatro categorias: abaixo do básico, básico,
satisfatório e avançado, a Escola Integrada também demonstrou impacto
positivo. A chance de descer de nível é significativamente menor para
um aluno que tem a jornada ampliada.
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